Saturday, October 27, 2007

memórias do subsolo - dostoievski

ao mesmo tempo que critica a razão, detona o misticismo. tudo que foi construido e que o ocidente se orgulha a busca mostrados com uma malevolência e ironia que não combinam com a baixa auto-estima do personagem. Dessa vez não existe redenção, não existe amor. O amor para ele mesmo é o ato de conceder ao outro o direito de dominá-lo, não digo que esteja errado, mas o mundo é mais solitário pensando assim. pq a "vida viva" vai ficar parecendo com trabalho e você vai gostar de se refugiar nos livros, pq tudo que é bom esta la e você sabe disso e não sabe pq abre a porta e vai ver com os proprios olhos como tudo esta fedorento la fora e vc respira e sabe e escuta e sabe e vê e sabe e todos os sentidos já sabiam o que vc por algum defeito mental não quis acreditar e você pensa, caralho, onde é a porra do meu subsolo?

3 comments:

Admin said...

eu achei essas notas do subsolo uma coisa de olho-do-cu. coisa de egocêntrico desregulado com mania de brincar de brainstorm. pra época deve ter sido, de fato, fantástico, uma coisa assim... deslumbrante. mas porra, vá tomá no cu. ficar falando sobre si durante 150 páginas? dá um tempo. dosto se passou nesse. mas foi bem relevante pra época, por isso que eu alivio a barra dele. sujeito problemático.

Leonardo Prata said...

você conheceu o cara para achar que ele estava falando dele mesmo? ou você leu ele profundamente e já consegue milagrosamente distinguir entre o eu-lírico e o real, etc.
Yuri meu amigo, estamos sempre falando de nós mesmos, nunca vamos conseguir dissociar nossa fala das coisas que pensamos e sentimos, ou da nossa visão politica/ideologica. talvez em trabalhos academicos ultraformais... especialmente na monografia, mas não é essa a questão, tão pouco a importância do livro exclusivamente para a época (se estivesse limitado àqueles dias tão pouco faria sentido publicá-lo hoje).
Esse blog por exemplo não se preocupa com o livro, mas de como as coisas nos livros criaram sentido para mim... é assim cara, não tem muito mistério e isso não descaracteriza a má qualidade do meu blog e interpretação e a genialidade do dosto.

Admin said...

querido Leonardo, não comentei com intuito de descaracterizar seu blog e nem criticar ferrenhamente o modo como o Dosto escreve. Porém, falei isso porque o sujeito me deixou um gosto amargo e raivoso na boca. um gosto que anuncia um livreto babaca, ao menos a primeira parte. mas eu gostei. li com afinco. hehehe. também não quis insinuar que ele, exatamente Ele, o Dostoiéviski por si mesmo, estava falando sobre si, independentente se era o real, o eu-lírico ou o que seja.

e uma coisa é ficar falando sobre si, outra é conter um pouco ou muito de si nas palavras que você pronuncia. bem diferente.