Sunday, January 22, 2012

Em breve.
Giannetti, Eduardo. Felicidade

Monday, April 25, 2011

O banqueiro anarquista - Fernando Pessoa.
Nesse livro Fernando Pessoa destrincha o anarquismo pelo viés pragmático, doutrina ou ponto de vista que pode explicar qualquer coisa, até mesmo o fato de um banqueiro ser anarquista. O pragmatismo tem sua função, mas dissociado de um pouco de relativismo (e outras perspectivas) perde efeito cognitivo, pelo menos para mim. É claro que o absurdo também ensina e, Pessoa com senso de humor e talento literário tocando a genialidade faz isso muito bem. No combate às ilusões sociais, tarefa do anarquismo segundo o protagonista, o banqueiro anarquista expõe a criação de novas tiranias suscitadas pelas organizações supostamente horizontais, sua desilusão com o movimento anarquista e uma auto-critica cheia de fundamentos colocam-no num isolamento cada vez mais coerente. Entre criar novas tiranias e contribuir, mesmo que, passivamente com as já existentes, o banqueiro toma o rumo do anarco individualismo, facilmente confundido com um liberalismo pragmático que pode juntar Bakunin e Adam Smith na mesma mesma.

Resenha do Cláudio Duarte (muito mais elaborada) aqui.

Saturday, June 05, 2010

London, Jack. "Antes de Adão". L&PM Editores
Jack London criou uma metodologia bastante curiosa para validar sua narrativa da pré-história, seu personagem rememora tempos sem registros através da "memória racial" - eu chamo isso de memória genética, mas esse termo, provavelmente, não existia ou não era comum na época de London (1876-1916) -, essa memória aparece para ele através dos sonhos. Um exemplo disso no livro é (e quem não sonhou ao menos uma vez com) os sonhos do corpo em queda. Aqueles sonhos em que nós vemos nosso corpo caindo no vazio da escuridão, quando acordamos assustados em nossas camas, milésimos de segundos antes de tocarmos no chão. Segundo o autor, trata-se da lembrança racial que carregamos dos tempos em que nossos longínquos antepassados viveram sobre as árvores.
London revisa a história do homem que sem os fundamentos da cultura exercita a sobrevivência e os instintos, esse poderoso livro resenhado pela L&PM como uma "história da pré-história", tem força justamente na reconstrução ficcional de tempos cujos únicos registros, encontram-se em nosso próprio DNA e instintos. A vida e as descobertas soterradas pelo esquecimento, o nomadismo e a curiosidade, as primeiras reuniões tribais e a limitação de sons e palavras, os homens do fogo e as guerras. Esse é um poderoso livro que vale a pena ser lido, como vários outros de Jack London.

Tuesday, November 04, 2008

A arte de produzir efeito sem causa - Lourenço Mutarelli

A escrita rápida e ofegante continua nesse romance, ambientado numa SP de classe média baixa que não se transforma, no máximo é abandonada. Esse bairro vê retornar um antigo e inexpressivo membro da comunidade, o filho (Jr.) de "Sênior", vai morar com o pai após ter sido derrotado na batalha da vida.
A decadência mental que o protagonista sofre depois do retorno é um turbilhão caótico de referências não explicadas que circulam ao redor de mensagens enviadas pelo correio e a busca obsessiva por significados nas frases que acompanham esses pacotes. O ambiente é bem construído e o mutarelli continua expondo sua percepção curiosa de coisas que passariam como rotineiras, mas num geral o livro fica submerso num clima caótico da mente doentia do protagonista deixando de explorar os outros personagens e situações.

Em processo: Diário de um ladrão - Jean Genet

Thursday, October 23, 2008

O processo - Franz Kafka

Como digerir o Kafka? Quando não é a vergonha mais insuportável, um absurdo fantástico conduz a história. O processo é, daquilo que li do autor, a melhor síntese dessas atmosferas onde ele é mestre. Até metade do livro a trama toda não me descia pela goela, mas o senhor K. começa a ser mais simpático quando chuta a porra do balde. Acho que foi um dos melhores finais de livros que já li. E dele consegui abstrair o seguinte pensamento: a forma social que algumas pessoas encontraram para a vergonha sobreviver a morte foi a família. Isso eu felizmente não aprendi com a minha, pelo menos até agora. Será que as histórias das famílias já estão escritas antes mesmo das gerações conhecidas? Eu só vejo uma força centrípeda que quando contrariada, só encontra paralelo com o humor.
ô viagem.

Monday, October 20, 2008

Fiodor Dostoiévski - Narrativas Fantásticas (A dócil e O sonho de um homem ridículo). Guiado pela impressão que o Eterno Marido havia criado em mim acreditei que "A Dócil" (assim como outras tentativas do Dosto de retratar a mulher) seria um fiasco. Pulei desse conto para o que a princípio me parecia muito mais interessante, "o sonho de um homem ridículo". O sonho... tem uma atmosfera densa e fantástica (no sentido de fora da realidade), isso é um pouco óbvio, pois as vezes a ausência de realidade é a própria natureza dos sonhos. O ambiente é fantástico, mas o herói dessa história não tem nada de surpreendente, a não ser passar por uma insônia de 100 dias. Ele dorme num momento crucial e irônico de sua vida e seu sonho o transporta para um distante mundo utópico onde a virtude nunca enfrentou o mau-caratismo. Não existe dor ou ironia e o homem ridículo, impotente diante do sofrimento e da culpa contamina aquela realidade que esquece que podia ser "pura" (lembra um jardim do éden e o homem idiota uma erva daninha ou a cobra, sei lá). "A dócil" foi baseada numa notícia de um jornal da época que reportava o suicídio de uma jovem. Dostoievski mostra todo seu talento ao construir a situação que leva a esse triste fim através dos desentendimentos que o casamento da dócil com um “penhorista” que tem a história manchada por uma vergonha suscitam. A história é narrada pelo próprio marido que, no funeral da sua esposa questiona seu racionalismo e interpretações a respeito da mulher.
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sem revisar ou corrigir.

Thursday, September 04, 2008

Friday, August 29, 2008

F. Kafka - Carta ao pai
Manual prático da vida soterrada pela culpa.

Sunday, July 13, 2008

> Quem pegou meu "chamado da floresta" emprestado e não devolveu, não fique acanhado de devolver.

Thursday, July 10, 2008

Jack London - Caninos Brancos (White Fang)
A história do Lobo Lutador é a história de qualquer inconformado que teve sua personalidade moldada através da agressividade civilizatória, é a historia de pessoas e animais que se depararam com a força horripilante que só a crueldade dos covardes é capaz de trazer (Beleza Smith) e com a força desprovida do amor, embora justa de Castor Cinza. Se o caminho da liberdade nos leva para a floresta, the call of the wild é a mão e Caninos Brancos é a contramão. É o lobo saindo da floresta, mas adaptando o pensamento dos racionais mcs "ele sai da floresta, mas a floresta nunca sai dele" A aceitação das "leis" só encontrou um significado mais profundo em Caninos Brancos quando ele encontrou o "deus do amor".
Os lobos e os cachorros selvagens foram os únicos animais que ouviram e aceitaram o chamado da civilização para se sentarem ao redor das fogueiras e através das gerações temer ou combater tudo o que vinha da floresta. Caninos Brancos escolheu umas três vezes ficar junto dos deuses fazedores de fogo e ai esta todo conflito e desenvoltura da sua existência.
Jack London é sempre agradável, se quiserem me presentear podem me dar o livro de cartas que a Antigona (www.antigona.pt) publicou.

"só me sinto perdido quando não sei qual será o próximo livro que vou ler tão apaixonadamente"

Tuesday, May 27, 2008

Os irmãos Karamazovi - Fiódor Dostoievski

A sindrome de dostoievski deve consistir na crença de que qualquer merdinha pense em ser um grande escritor e por alguns anos desprendi uma suposta concentração na literatura que me fez crer nessa possibilidade, mas ao terminar de ler esse livro um triste conclusão bateu em minha porta a de que toda essa atenção foi na verdade a tentativa de construir um saber mezzo intuitivo mezzo plagiado através de outras fontes (sobrepor a literatura na teoria crítica e vice versa). Quanto ao livro é o dosto sabendo escrever com mais swing do que nunca, abordando questões éticas com a sabedoria da vodca e da bíblia. uma perícia quanto às propriedades niilistas que só aqueles que tem esperança no meio da tempestade podem ter, é como chegar perto demais do abismo e ainda assim querer voltar. Uma família, um crime e tudo o que gira em torno desse epicentro de forma magistral é, muitas vezes, simples e brilhante. Estou muito satisfeito de ter encontrado essa obra em dias tão significativos na minha vida e como agradecimento simbólico a partir de hj me dedicarei a textos teóricos que tiram toda a graça e "supostamente" revelam a realidade, pelo menos a que acreditam, na primeira estrofe.

Saturday, April 05, 2008

Ensaio sobre a cegueira - José Saramago
De fato o que existe são diferentes cegueiras. Ao contrário da miopia que existe em diferentes graus, todas cegueiras são exclusivamente absolutas. O que varia é a importância daquilo que deixamos de enxergar, talvez fosse possível estabelecer uma graduação e dizer para o que de mais fundamental nos cegamos, mas não me interessa esse tipo de graduação. Cada cegueira que tive pareceu (ironia?) qualitativamente diferente entre elas. Não se é cego duas vezes. Houveram cegueiras que seria melhor tê-las conservado intactas, pois a sua cura parece ser proveniente de uma doença na alma. Hoje talvez enxergue melhor, mais isso nao significou nem sabedoria ou alegria a mais. No final nem sei se enxergo melhor. Antes acreditava na tentativa de iluminação das mihas ações, hoje procuro alguma razão. O que Saramago desvenda com a cegueira é a sociedade, daí a importância da sua obra em dias de extrema individualização. Blog é meio parte desse processo todo, então... minhas bolas.

Saturday, March 15, 2008

você deve estar se perguntando: o que o leonardo prata esta lendo?
e eu me pergunto se você existe?
eu respondo para a sua suposta pergunta que estou lendo o ensaio sobre a cegueira. agora se eu estou cego ou se só agora voltei a enxergar, nao interssa. não quero pintar o passado com lápis de cor, mas antes tudo parecia menos domínio da visão, ou seja estar cego ou enxergar não fazia tanta diferença porque os outros sentidos, ironicamente, faziam mais sentido.

Sunday, February 24, 2008

O eterno marido - F. Dostoievski
Uma novela sem sal, acho que ela ficou datada. É um romance que não emocionou não Essa coisa do chifrudo que continua amando a mulher apesar de tudo, inclusive da morte da mesma, que reencontra o amigo traidor e não sabe se o ama ou odeia, que deixa a filha bastarda morrer como forma de vingança. Onde o acaso culmina numa tentativa de assassinato, frustrada como tudo na vida do eterno maridão. O eterno marido é um cara que não consegue fugir da sua condição, que inclusive procura por continuar nela, se sujeitando ao amor ridículo. Esquecendo que quem ama é protagonista sem querer, este homem apesar de uma inteligência e humor, prefere ser coadjuvante.
Ainda me restam dois livros do Dostoievski na estante... mas eu preciso de ar. Voltarei pro Hesse.

Tuesday, January 22, 2008

O crocodilo e Notas de inverno sobre impressões de verão - Fiodor Dostoievski
O crocodilo é uma metafora sobre a burocracia, mas me parece servir para o iluminismo, o liberalismo, o idealismo e os teóricos de gabinete que acreditam encontrar a solução da lavoura mundial de dentro de suas cavernas. O livro não foi acabado, mas vale a pena ver o senso de humor do dostoievski. Notas é o dostoievski longe da ficção, com medo das impressões... as vezes mentindo, mas mentindo sinceramente. Ele escreve sobre sua viagem pela europa, após esperar 40 anos para conhecer a tão falada escreve mais sobre o que entende da Russia, mas não deixa de fazer uma interessante análise do medoso burguês, o vencedor que sempre carrega uma mácula de derrota. aquele que mesmo atingindo seu objetivo e estando com o bolso cheio de grana se sente como uma criança que teve o doce tirado das mãos, um míope, um bastardo, um sem cultura, um automobilizado em nossos dias. Vomita burguesia!
Rumo a los angels - John Fante
Um adolescente que acha que tem o rei na barriga, que é o melhor escritor do mundo. Ele é imaginativo, cheio de idéias sobre si mesmo. As vezes me pego pensando igual o Fante mas menos megalomaníaco e com um pouco mais de jeito com as mulheres.
2008

Sunday, December 09, 2007

Noites Brancas - Dosto
A recusa tola das obviedades, noites de encanto que turvam uma sabedoria tão simples como ódio. O auto-sabotador quebrando a cara mais uma vez em uma história bonita mas com um pedido de perdão que só um babaca é capaz de ouvir. Os tempos obviamente eram outros, mas quem é capaz de julgar a mudança da inocência no fluxo do tempo? A intimidade e o entendimento do outro apressadamente assimilados só fazem cair no constante engano.

Saturday, October 27, 2007

memórias do subsolo - dostoievski

ao mesmo tempo que critica a razão, detona o misticismo. tudo que foi construido e que o ocidente se orgulha a busca mostrados com uma malevolência e ironia que não combinam com a baixa auto-estima do personagem. Dessa vez não existe redenção, não existe amor. O amor para ele mesmo é o ato de conceder ao outro o direito de dominá-lo, não digo que esteja errado, mas o mundo é mais solitário pensando assim. pq a "vida viva" vai ficar parecendo com trabalho e você vai gostar de se refugiar nos livros, pq tudo que é bom esta la e você sabe disso e não sabe pq abre a porta e vai ver com os proprios olhos como tudo esta fedorento la fora e vc respira e sabe e escuta e sabe e vê e sabe e todos os sentidos já sabiam o que vc por algum defeito mental não quis acreditar e você pensa, caralho, onde é a porra do meu subsolo?

Monday, October 08, 2007

Estou lendo o "Memórias do Subsolo" do Dosto esse desde a primeira página já se mostra B.R.U.T.A.L, não fui muito longe.. mas cada página é uma martelada! Não é pesado é denso, Nietzsche chama de "razão do sangue", mas só se for aquele sangue tão vermelho que parece negro ao contrário do sangue ralo que corre em milhares de veias ultimamente. Se eu continuar lendo ele em doses homeopáticas como estou, não vou escrever aqui a resenha ao termina-lo, vou esperar o período caótico da ufes acabar para ler ele denovo em uma golada só e escrever a resenha dele aqui. Quero virar um especialista em Dostoievski e Herman Hesse... um dia eu consigo.
A Senhoria - Fiodor Dostoievski
Não é o Dostoievski de Crime e Castigo ou O jogador.. é um dostoievski mais místico e um romance menos filosófico/psicológico, mas no final acho que só falta sal mesmo. As coisas caminham sem aquela energia típica da escrita do autor, parece que a febre que assolava o personagem principal não passou de um 36,5º. A senhoria e o velhinho que dá uns catos nela soltaram alguma sabedoria que dá sinais distantes do que a obra do autor viria abordar. eu grifei coisas e refleti sobre umas partes, mas esta tudo longe agora... inclusive a lembrança. Eu preciso aprender a terminar um livro e correr para cá, mas eu consigo me perdoar e você... consegue?

Sunday, July 29, 2007

A tempestade - W. Shakespeare

Achei que faltou continuidade na trama, a reconciliação se sucede de maneira abrupta demais. Não diminui a profundidade da peça, mas a torna apressada. É interessante a coisa mistica que ele evoca é de uma sabedoria e moral com cheiro pagão, não me lembra cristandade ou coisa que o valha. Eu quero aprender a comentar livros, não peças de teatro. Tem uma parte que um conselheiro chega para o contra-mestre do barco no meio da tempestade, após uma discussão que é mais ou menos assim:

- Contra mestre: Volte para a cabine.
- Gonçalo: Você ainda sabe quem esta carregando nesse navio?
- Contra mestre: Ninguém que eu ame mais do que eu mesmo...

Eu ri e achei foda.

Sunday, July 15, 2007

Juventude - Joseph Conrad

Um homem que se confunde com o mar, a juventude que sopra as velas do seu entendimento do mundo e assim faz mover com precisão e urgencia em direção aos sonhos. forever young! :)

Friday, June 29, 2007

Um amor de Swann - Marcel Proust


Proust escreve de um jeito dificil de ler, você entende... as vezes até demais, só que é uma avalanche de entendimento. Eu queria escreve essa "resenha" fresquinha, logo após o soco na cara que foi terminar esse livro, mas hoje... passadas algumas semanas, lido melhor com o amor, com a posse e minhas interpretações. Sempre desconfio que sou um bom juiz das situações, com a ressalva de não me arrepender de quebrar a cara, mas como o tempo parece um inferno quando você percebe que perdeu tempo amando uma pessoa que não tinha nada a ver com seu gosto. Sempre achei a capacidade de amar qualquer coisa um defeito sério, o pior é quando as obviedades são tão presentes ou quando a resposta é tão muda. Tem coisas que eu realmente não entendo e outras que eu realmente não consigo evitar que todas elas arrebentem o meu peito e destruam meu cerebro, meu destino sempre vai ser amar.

"... e o que até então teria sido um prazer inesperado que se sacrifica facilmente, criara uma felicidade inesperada contra a qual se é impotente." Marcel Proust

Dias de Clichy e Uma noite em Newheaven - Henry Miller


Literatura dos dias que passam e das mulheres que passam gonorréia, um sujeito que esta caminhando no meio de bovinos um espírito que sem dinheiro não consegue fugir de suas fomes. Henry Miller nunca despertou um interesse em mim, mas confesso que o cara escreve leve sobre coisas pesadas e vira e mexe tira um julgamento interesssante sobre a humanidade, sem contar que foi o melhor guia turístico de paris me dizendo como é bom pegar uma gonorréia naquela terra.

Thursday, June 07, 2007

Cartas na rua - Charles Bukowski
(Post Office)

Não consigo me acostumar com o trabalho e essa não é a única coincidência com buk, todas as manhãs travo uma batalha para chegar até o trampo e deus sabe o quanto de imaginação preciso para cruzar a cidade. Por longos meses segui a receita milagrosa do buk de encher a cara sempre que possível, mas meu corpo estava começando a ficar pesado. Não queria carregar mais um fardo, agora o r.-edge me deixa mais solto e desculpe Buk, mas estou indo pegar a estrada. Vou viajar com o Henry Miller... vai que dá sorte.

Wednesday, May 30, 2007

O jogador (diário de um jovem) - Feódor Dostoiévski
The Gambler - F. Dostoievsky

Nenhum protagonista do autor escapa de ser um exímio psicólogo, tem aqueles personagens
que, de outras nacionalidades, são mostrado turvos ou tímidos, mas o pensamento de seus conterrâneos russos é afiado e cheio de vida. Alguma obsessão o faz destrinchar a realidade até suas constatações mais ácidas. Naquela europa bairrista ele vocifera contra toda ponta francesa ou a distinção inglesa, faz ressalvas, considera alguns aspectos. Nada escapa. Um amor absurdo tanto pelo jogo como por uma mulher colocam o protagonista no olho de um furacão. O livro é denso mas facil de ler. 2 dias, 2 dias.
a analogia que faço entre a roleta do protagonista é com as estradas que percorri, onde a sorte, à sua maneira, grudou em mim. vamos ver como estamos com a sorte... logo, logo.

Sunday, May 27, 2007

Ecce Homo - F. Nietzsche

Lembra o panegírico do debord porque é um elogio a propria vida, e quanto mais eu leio o Nietzsche mais eu vejo como o debord usufruiu de seu pensamento, até mesmo do seu estilo. nesse livro ele já esta mais proximo da insanidade e o final chega a ser caótico, se ele queria que sua filosofia funcionasse como um martelo, terminou como uma metralhadora. (com manual de instrução)

Alguns trechos que vou colar aqui porque já havia digitado para uma amiga:

"há mais cinismo na benevolência para comigo do que no ódio de qualquer tipo"
"o necessário não me machuca"
"mas a minha verdade é terrivel : pois até hoje a mentira é que foi chamada de verdade... (...) Eu contradigo como jamais foi contradito e ainda assim sou a antítese de um espírito negador. Eu sou um mensageiro alegre, conforme jamais existiu outro, eu conheço tarefas de uma altura para a qual inclusive faltou um conceito até agora; só a partir de mim é que voltaram a existir esperanças... e com tudo isso sou também necessariamente, o homem da fatalidade."
"Eu sou, de longe, o homem mais terrivel que existiu até hoje; isso não exclui o fato de que eu venha a ser o mais benéfico. Eu conheço o prazer de aniquilar em um grau que corresponde à minha força para a aniquilação - e em ambos os casos eu obedeço à minha natureza dionisíca, que não sabe separar o "fazer-não" do "dizer-sim". Eu sou o primeiro imoralista: e com isso sou o aniquilador par excellence"
"Por um lado eu nego um tipo de homem que até agora foi tido como o mais elevado, o bom, o benévolo, o benéfico; por outro lado eu nego uma espécie de moral que alcançou vigência e domínio como moral em si - a moral de décadence, falando de modo mais concreto, a moral cristã." (...) "A condição de existencia dos bons é a mentira... Expresso de maneira diferente: o não-querer-ver, a toda custa, como a realidade é constituída no fundo, ou seja, não de modo a admitir, a toda hora, a interferência de mãos míopes e bondosas. Considerar os estados de emergência de toda espécia como objeção, como algo que é preciso abolir , é a niaiserie par excellence, vista por alto uma verdadeira desgraça em suas consequencias, uma fatalidade de estupidez - quase tão estupida quanto a vontade de abolir o mau tempo - por compaixão aos pobres, digamos..."
"o dano dos bons é o mais danoso dos danos"
"Vós, os homens mais altaneiros que meu olhar alcançou, eis a minha dúvida quanto a vós, e o meu riso secreto: eu adivinho que ao meu super-homem chamaríeis - demônio!
Tão estranhos sois ao grande em vossa alma que o super-homem vos seria terrívem em sua bondade..
Nessa passagem, e em nenhum outro lugar, deve-se fazer o começo, a fim de compreender o que quer Zaratustra: essa espécie de homem que ele concebe, concebe a realidade como ela é: ela é forte o bastante para isso - ela não lhe é estranha, ele não fugiu a ela, ela é ela mesma, ela aidna carrega em si tudo o que é terrível e questionável nela, e só com isso o homem pode ter grandeza..."

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outra vez retorno a mim mesmo, coincidência?

Sunday, May 13, 2007

Crime e castigo - Fiódor Dostoievski
Crime and punishment - Fyodor Dostoevsky

Caro Dostoievski,
Que crime cometeste. e que castigo é seu livro ter um final. Mas olhe pelo lado bom, sua obra continua um curso cheio de vida na mente dos seus leitores. Te escrevo porque não poderia fazer isso de outra forma, teu livro misturou-se com idéias que vinha construíndo e nos meus delírios achei que fosse escrito para mim. Sei que não te escrevo tem muito tempo, sei que a vida e os exemplos são melhores professores que os livros, mas tu me ensinaste que meus julgamentos precisam sair. Que meus dias de silêncio só serviram para que eu voltasse a falar, que monomaníaco que sou, quem sabe um dia, encontre a redenção no amor e jogue na lata de lixo essa maldita racionalidade que só me levou a uma loucura comedida. A sibéria poderia muito bem ser uma metáfora para a vitória de 2007... só faltam 7 anos, poderiam ser até mesmo 70. Agora não faz mais diferença. Preciso ir, hoje é dia das mães.

Tuesday, May 01, 2007

Crepúsculo dos ídolos ou Como se filosofa com o martelo - F. Nietzsche
Götzen-Dämmerung, oder Wie man mit dem Hammer philosophiert

Poderia se chamar "Como filosofa o Muhammed Ali?" Porque socando a sua cara mais vezes do que você consegue contar, o livro te leva até perto de um colapso (colapso da decadência), onde enxerga-se uma luz que provavelmente você foi apagando-a aos poucos, deixando guiar-se pelos ventos modernos. Vento é um elogio para essa branda brisa que é a modernidade. Digamos que Nietzsche faz um trabalho de memória genética, quase fisiológica e tira do nosso DNA um ímpeto, uma potência que cada um traz dentro de si e que em melhores épocas era até incentivado. Homens e mulheres do mundo, apaguem a nulidade de seus olhares e tragam dentro de seus olhos (carinhosos?) mais destino, mais destino!

uma merda mexer no texto depois que você escreve, sempre perde a fluidez.

Wednesday, March 21, 2007

Knulp - Herman Hesse
O fim é sempre aterrador e a redenção, a busca apressadiça com tempo em contagem regressiva. o sono ainda vai vir mais forte que a vontade de acordar e que a paz esteja com todos nessa hora sublime. jah rastafari

Sunday, March 18, 2007

O livro sobre o nada - Manoel de Barros
The book about nothing

"Há muitas maneiras sérias de não dizer nada, mas só a poesia é verdadeira." E como falta poesia no mundo, quando me vejo assassinando a poesia me dá um aperto e uma ânsia de vômito. Corro para esse livro e me vejo com o manoel, brincando com as palavras. Me sinto criança e sem medo, faço delas meu brinquedo e reinvento o que ele escreveu com elementos sem propriedade: tempo, inocência, liberdade e saudade. Essa imensidão que já se confunde com meu próprio eu. oh saudade.

Thursday, March 15, 2007

Memória Perdidas - Chet Baker
As i though i had wings: the lost memoir

Li esse livro em uma manhã, esse fato por si só já me é suficiente não pela velocidade, mas pela brutal concentração no livro. e o que mais me assusta, será que o cara era melhor escritor que trumpetista? eu preciso ouvi-lo novamente, depois do livro. mas foda-se... estou bêbado!

Wednesday, March 14, 2007

Os vagabundos iluminados - Jack Kerouac
The Dharma bums

Vagabundear ainda persiste como um prazer infinito, nesse livro zen-lunático as virtudes da vagabundagem tornam-se serenas e serpenteantes como as curvas das montanhas, das trilhas ou das insanas estradas.

Saturday, March 03, 2007

Os Sapateiros da Corte - Ezio Flavio Bazzo
Por onde seu pezinho fedorento andou pisando e onde ele irá pisar? em cabeças ou toletes de merda? não sei, mas o meu caminho sempre foi "o caminho do bem".

Os subterrâneos - Jack Kerouac
Existem subterrâneos em qualquer lugar, mas uns deveriam estar mais proximos do nucleo da terra que outros.

Tuesday, January 23, 2007

O sol também se levanta - E. Hemingway estas muerto, la fiesta esta acabada, si me agrada pensar nisso. Um dia vou estar na espanha me embriagando com vinhos e vendo aquele povo esquisito, europeus e sua intelectualidade egocentrica. macaquitos como nós. macacos da humanidade.

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em processo...
Os subterrâneos - Jack Kerouac
The subterraneans - J.K.

Friday, January 19, 2007

O lobo da estepe - Herman Hesse
(Der Stepenwolf)
O coração das trevas - Joseph Conrad
(the heart of darkness)
Espere pela primavera, bandini - John Fante
(wait until the spring bandini)

in process..
O sol também se levanta - Ernest Hemingway
(the sun also rises)


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Lista de necessidades