Monday, April 25, 2011

O banqueiro anarquista - Fernando Pessoa.
Nesse livro Fernando Pessoa destrincha o anarquismo pelo viés pragmático, doutrina ou ponto de vista que pode explicar qualquer coisa, até mesmo o fato de um banqueiro ser anarquista. O pragmatismo tem sua função, mas dissociado de um pouco de relativismo (e outras perspectivas) perde efeito cognitivo, pelo menos para mim. É claro que o absurdo também ensina e, Pessoa com senso de humor e talento literário tocando a genialidade faz isso muito bem. No combate às ilusões sociais, tarefa do anarquismo segundo o protagonista, o banqueiro anarquista expõe a criação de novas tiranias suscitadas pelas organizações supostamente horizontais, sua desilusão com o movimento anarquista e uma auto-critica cheia de fundamentos colocam-no num isolamento cada vez mais coerente. Entre criar novas tiranias e contribuir, mesmo que, passivamente com as já existentes, o banqueiro toma o rumo do anarco individualismo, facilmente confundido com um liberalismo pragmático que pode juntar Bakunin e Adam Smith na mesma mesma.

Resenha do Cláudio Duarte (muito mais elaborada) aqui.

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