Monday, October 20, 2008

Fiodor Dostoiévski - Narrativas Fantásticas (A dócil e O sonho de um homem ridículo). Guiado pela impressão que o Eterno Marido havia criado em mim acreditei que "A Dócil" (assim como outras tentativas do Dosto de retratar a mulher) seria um fiasco. Pulei desse conto para o que a princípio me parecia muito mais interessante, "o sonho de um homem ridículo". O sonho... tem uma atmosfera densa e fantástica (no sentido de fora da realidade), isso é um pouco óbvio, pois as vezes a ausência de realidade é a própria natureza dos sonhos. O ambiente é fantástico, mas o herói dessa história não tem nada de surpreendente, a não ser passar por uma insônia de 100 dias. Ele dorme num momento crucial e irônico de sua vida e seu sonho o transporta para um distante mundo utópico onde a virtude nunca enfrentou o mau-caratismo. Não existe dor ou ironia e o homem ridículo, impotente diante do sofrimento e da culpa contamina aquela realidade que esquece que podia ser "pura" (lembra um jardim do éden e o homem idiota uma erva daninha ou a cobra, sei lá). "A dócil" foi baseada numa notícia de um jornal da época que reportava o suicídio de uma jovem. Dostoievski mostra todo seu talento ao construir a situação que leva a esse triste fim através dos desentendimentos que o casamento da dócil com um “penhorista” que tem a história manchada por uma vergonha suscitam. A história é narrada pelo próprio marido que, no funeral da sua esposa questiona seu racionalismo e interpretações a respeito da mulher.
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sem revisar ou corrigir.

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